Já postei neste blog os trabalhos solos de Andreia Dias e Iara Rennó, duas ex-vocalistas da banda DonaZica, mas faltava o da terceira, Anelis Assumpção. Valeu a pena esperar pelo primeiro álbum da cantora, compositora, apresentadora e, detalhe, filha de Itamar Assumpção. Sou suspeita, estou sujeita, não sou santa (2011)começa com uma bela homenagem(?) ao genitor, em "Mulher segundo meu pai", seguida dos deliciosos dubs "Bola com os amigos", "Neverland" e "Estrela". Depois, Anelis desfila seu amplo universo de referências musicais: um bolerinho que vira frevo(Amor sustentável), samba com pegada rocker(Passando a vez), bossa (Deita I), blues (Alta madrugada), rap (O que interessa), rock udi-grudi (Luz nos meus olhinhos)... Banda afiada, letras leves e bem humoradas e belas parcerias vocais com Céu, Thalma de Freitas, Alzira Espíndola e Lurdes da Luz incrementaram este belo trabalho. Confira algumas atuações de Anelis, que ainda não possui clip oficial, e, na sequência, baixe o disco.
Letuce - isso mesmo, com um "t" só - é uma dupla de dois, formada pelo casal Letícia Novaes e Lucas Vasconcellos. Músicas românticas, um pouco de exibicionismo e bom humor formam o molho para temperar a salada de alface. Ela canta pagodes com pegada blues-rock; ele faz arranjos delicados e minimalistas; juntos fazem belas canções, versões e vários videoclipes, quase caseiros.
São dois os trabalhos disponíveis: Couves, coletânea de covers inusitados do Só pra contrariar, Sade, Raça Negra, Desireè e Plano de fuga para cima dos outros e de mim, com composições inéditas. Confira Letuce em ação e na sequência baixe os dois álbuns.
Skowa é um p... músico, uma verdadeira lenda da música brasileira, mas infelizmente pouco (re)conhecido. Já tocou chorinho, fez parte das bandas de Itamar Assumpção, do Premeditando o Breque, da Gang 90, fundou a lendária Sossega Leão, além de ter sido um dos precurssores do compartilhamento de música pela net no Brasil, com o MP3 Clube. No final dos anos 80 criou a banda de funk-soul Skowa e a Máfia, com influências de Africa Bambata, do hip-hop emergente do Run DMC. Desde 2004, Skowa faz parte do Trio Mocotó, substiutindo o grande Fritz Skowão. Precisa dizer mais algo? Confira o clip tosco de Atropelamento e fuga e a performance de Coqueiro Verde, já com o Trio Mocotó. Depois baixe os dois trabalhos de Skowa e a Máfia.
Quinquilharia é um projeto tocado pelo produtor, multinstrumentista e cantor, Quincas Moreira, que já tocou com Trio Mocotó, Curumin, Walter Franco, Sabotage, dentre outros. Faz samba-rock de primeira, com composições próprias e releituras de Hendrix, Police e até arrisca faixas em francês. Confira a versão da banda para Purple Haze, com a participação de Skowa. A qualidade do vídeo é um tanto precária, mas garanto que baixando os dois trabalhos da Quinquilharia (Quincaillaire Beta v 0.2 e Purple Haze e outros sambas) não haverá decepção.
Teclas Pretas é um projeto da dupla Glauber Guimarães (ex-Dead Billies) e Jorge Solovera, que já deu origem a dois ótimos EPs: Oolalaquizila (2006) e Nó dos mais gravatas (2009). Provam que a música feita na Bahia - incluindo aí o rock - é mais plural do que poderia supor vossa vã filosofia, sociologia, antropologia e outras tantas fias e gias. A impressão que se tem ao ouvir a banda é que, além da dupla, haveria um terceiro integrante, um contra-regra manejando realejos, sininhos, copos de cristais, produzindo as mais inusitadas interferências. Conheça o premiado videoclip de Cidade Subtraída (e os perigos do sonambulismo filosófico) e na sequência baixe os álbuns da banda.
Esse malucão abriu os shows de Amy Winehouse no Brasil, mas tem tudo para deixar de ser coadjuvante. Tem cara de nerd, se veste como nerd, produz clips de nerd, mas faz soul music de primeira. Conheça um pouco do trabalho de Mayer e na sequência baixe seu primeiro trabalho, A Strange Arrangement.
Quando se pensa em uma música que tenha como ingredientes principais o samba e o rock, a associação mais imediata que se faz é com o samba-rock. No entanto, no caso da música de Rômulo Fróes, o resultado está a léguas de distância deste estilo, tanto na sonoridade quanto na sua poética soturna. Depois de ouvir os três discos lançados, Calado (2004), Cão (2006) e No chão sem o chão (duplo, de 2009), até hoje me pergunto: ele faz samba com uma pegada rock ou rock com levada samba? Tire suas próprias conclusões e na sequência baixe os três álbuns do cara.